E aí, vai continuar indiferente?
E aí, vai continuar indiferente?
Aproximam-se as eleições de 2016, quando serão escolhidos prefeitos e vereadores dos milhares de municípios espalhados pelo Brasil. É um evento gigantesco em todos os sentidos, tanto que no pleito de 2012 participaram como candidatos mais de quatrocentos mil cidadãos.
A Justiça Eleitoral, conquista da cidadania brasileira, prepara-se cuidadosa e criteriosamente para conduzir esse certame. Somente aqueles que lidam com a preparação de um acontecimento dessa magnitude podem entender a sua complexidade: são mais de quinhentas e cinquenta mil urnas eletrônicas em todo o Brasil, recebendo impressionantes cento e quarenta e dois milhões de votos e os apurando em pouco mais de quatro horas - os vitoriosos são conhecidos ainda naquele mesmo dia! Isso para não falar no envolvimento de milhares de juízes eleitorais, de promotores eleitorais, de servidores e de cidadãos que, em sua maioria voluntários, engajam-se na materialização dessa festa cívica.
A despeito da importância das eleições, ainda se tem a indiferença de muitos brasileiros, identificada nos índices de abstenção, que ultrapassam os 10%, e na recusa deliberada de tratar do assunto, não apenas o evitando nas conversas sociais, mas, e principalmente, não procurando conhecer aqueles que se habilitam a legislar e a administrar o patrimônio coletivo.
Talvez esse seja o nosso maior pecado!
Advogo, pessoalmente, o voto facultativo. Nem por isso, como contribuinte, cidadão e pai, posso ignorar o quanto repercute em minha vida e na de meus familiares e concidadãos a minha escolha. A adoção de políticas públicas equivocadas, seja na esfera municipal, estadual ou nacional, gera consequências nefastas, que consomem energia, tempo e recursos para serem contornadas.
Assim, convido-os a mergulharem nesse mundo fascinante da boa política, conhecendo seus detalhes e seus pormenores, envolvendo-se nos debates das propostas dos candidatos e dos partidos, e se informando nos diversos programas organizados pela Escola Judiciária Eleitoral sobre o processo eleitoral. Um deles, por exemplo, provocativo, questiona “por que votei em João e elegi Maria?”.
E, como nunca é tarde para (re)começar, cuidemos do Brasil, cuidemos de nosso Estado, cuidemos de nossas cidades!
Bora tomarmos... uma atitude?
Carlos Henrique Perpétuo Braga
Juiz Diretor do Foro Eleitoral de BH
Juiz Diretor Executivo da Escola Judiciária Eleitoral/TRE-MG
Publicado em 31/1/16 no Caderno Jurídico DIREITO HOJE do Jornal Hoje em Dia.