Mulheres na política e sistemas de proteção são temas de debate no TRE

A palestra faz parte de série de eventos em comemoração ao Dia Internacional da Mulher promovida pela Justiça Eleitoral

Print de tela do aplicativo Zoom, mostrando 23 participantes de um evento.

Nessa segunda-feira (8), o TRE promoveu, dentro da Semana Nacional da Mulher, a palestra “O teto de cristal da democracia brasileira: violência política contra as mulheres”. A palestrante foi a deputada federal pelo Piauí, Margarete de Castro Coelho, doutora em Direito e Políticas Públicas pelo Centro Universitário de Brasília. O evento contou com a participação das debatedoras Cláudia Coimbra e Patrícia Henriques Ribeiro, juízas da Corte Eleitoral mineira. O conteúdo pode ser acessado no canal do TRE no YouTube.

Margarete Coelho afirmou que a representação e a participação das mulheres nos espaços de poder é um dos temas mais cruciais da democracia brasileira, destacando que “a violência política é a mãe de todas as outras violências contra a mulher”. Discorreu sobre as dificuldades que a mulher enfrenta no processo político, desde a indicação pelos partidos e ausência de participação na escolha, a campanha com menos financiamento, as eventuais candidaturas femininas laranjas e a utilização indevida dos meios de comunicação. E que persistem depois de eleita, citando, como exemplo, a representação na Câmara dos Deputados, com a indicação para comissões e relatorias de menor importância.

“O que deve ser feito é enfrentar a violência política contra a mulher, entendida como todo ato que visa impedir ou dificultar a presença da mulher nos espaços de poder”, ressaltou a parlamentar. E isso passa pelo combate, pelo ataque ao abuso de poder, que é um dos inimigos mais íntimos da democracia brasileira, que impõe limitadores no processo de escolha, mitigando o direito de comunicação e de participação.

Foram debatedoras Cláudia Coimbra, que é juíza de Direito do TJMG desde novembro de 2000, foi Ouvidora do TRE-MG em 2020 e é membro efetivo da Corte Eleitoral do Tribunal desde 2019. E Patrícia Henriques Ribeiro, juíza membro da Corte do TRE-MG na classe de jurista, doutoranda pela PUC-MG e professora de Direito Constitucional e Eleitoral da Faculdade de Direito Milton Campos.

Patrícia Henriques Ribeiro ressaltou o fato de que a palestrante presidirá a comissão do novo Código Eleitoral e questionou como a nova legislação poderá impedir as candidaturas fictícias. Margerete Coelho acredita que a limitação no número de candidatos que cada partido tem direito a lançar pode contribuir. E que, nos casos de ocorrência de fraude nas candidaturas, todos da chapa proporcional devem ser punidos. 

Já Cláudia Coimbra indagou quais as ações efetivas poderiam ser desenvolvidas para a inclusão e estabilização da paridade de candidaturas das mulheres na política. Para Margarete, a conquista tem que ser diária, na medida do que é possível, lutando com as armas que têm, em composições dentro do parlamento, conseguindo em cada debate a possibilidade de abrir uma janela, conquistando um território e mantendo.

A abertura do evento, que ocorreu no início da sessão de julgamentos da Corte Eleitoral, foi feita pelo presidente do Tribunal, desembargador Alexandre Victor de Carvalho, que ressaltou a importância de eventos de mudança de cultura. Ao encerrar o debate, o desembargador lembrou a incansável luta das mulheres pela igualdade, dignidade e respeito. “Apesar dos avanços, ainda há muito a discutir e, principalmente, a fazer para, encarando de frente o problema, mudarmos, cada um fazendo a sua parte, essa dura realidade”, ponderou.

Diversas autoridades participaram do evento por meio de videoconferência, entre elas, a juíza eleitoral Sílvia Maria de Paula Nascimento, da 309ª ZE, de Três Marias; Ana Flavia Oliveira, defensora pública responsável pelo Núcleo de Defesa da Mulher; Ana Paula Nannetti Caixeta, desembargadora do TJMG e superintendente da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv); Andréa de Jesus, deputada estadual e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher; Flávia Borja, vereadora em Belo Horizonte e presidente da Comissão da Mulher; Luísa Drumond, delegada de Polícia Civil da Divisão de Especializada em atendimento à mulher, ao idoso e às vítimas de intolerância; e Patrícia Habkouk, promotora de justiça do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

Outras ações da Semana da Mulher

“O que querem as mulheres?” é o tema da Semana Nacional da Mulher, que acontece de 8 a 12 de março e é organizada pelo grupo das Comissões de Participação Feminina dos TREs e do TSE. O objetivo é valorizar o papel da mulher na sociedade e a participação feminina na política, trazendo ao conhecimento do público as iniciativas das comissões de todas as regiões do país em torno desses tópicos.

Na sexta-feira (12), o TRE-MG publicará a exposição em vídeo “Olhares sobre o feminino”. O vídeo apresentará ilustrações animadas concebidas a partir de poemas escritos por mulheres, e visa valorizar e reconhecer as servidoras do TREMG, homenageando-as de uma maneira original.

Já o TSE realizará a série Mulheres Debatem. A cada sexta-feira, sempre às 15h, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, se encontrará com personalidades femininas importantes do Brasil para debater temas ligados à igualdade (05/03), violência (12/03), liderança (19/03) e gênero (26/03).

 

 

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